O flâneur
Entre os pré-românticos, românticos ou pós-românticos (Rousseau, Wordsworth, Friedrich, Stifter...) o passeio é considerado algo assim como o caminho da revelação, Esse passeador é bem diferente do flâneur: prefere a natureza à cidade, alcança momentos transcendentes de êxtase ou revelação, está ensimesmado. Por sua vez, o flâneur é mais humilde: está inclinado ao seu redor, ao exterior, por meio do olhar. É impessoal: anula-se a favor da complexidade confusa do real, encarnada na grande cidade.
José Muñoz-Millanes, professor de Literatura em Nova York, tradutor de Walter Benjamin.